Que livro é esse?! Tão delicado quanto a capa é a história contada nessas páginas. Como não se emocionar? Comecei a chorar no capítulo 4. Isso mesmo, capítulo 4!
Caitlin é uma menina de 10 anos com Síndrome de Asperger. Inteligente e consciente das suas limitações, ela evita circunstâncias que a deixem desconfortável. Como ela diz, gosta do preto no branco, e emoções são confusas; ela tenta, mas é difícil captar "O Sentido". Devon é irmão de Caitlin, sempre cuidou dela, ajudando-a a entender como deveria se comportar em público, como responder ou se manter longe das brincadeiras maldosas de outras crianças. SEMPRE, até "o dia que a nossa vida desmoronou". O livro é narrado em primeira pessoa e, talvez o uso de algumas frases possam soar estranhas, como: "Olha Para A Pessoa" que aparece em vários trechos de diálogo. Todavia, são esses detalhes que tornam a história verossímil.
Os pensamentos de Caitlin nos permitem compreender a sua percepção dos eventos. Embora não entenda o que está sentindo, seus sentimentos são revelados a cada ação. Assim como Caitlin, nós também desenvolvemos empatia por Michael e Josh e torcemos para que eles encontrem o seu desfecho. "Gostaria que você decidisse de uma vez se quer ser bom ou mau. Aí eu saberia o que sentir". Não pensem que a Caitlin está imune aos julgamentos e preconceitos, nada disso, e esse foi, definitivamente, um ponto que me cativou imensamente, porque ela não foi colocada no lugar de vítima; vemos uma garota que sofre com o olhar do outro, mas que disfere o mesmo olhar discriminatório para o que é diferente.
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