quarta-feira, 20 de abril de 2016

#Resenha - A Playlist de Hayden (Michelle Falkoff)

 Que história linda. A Michele Falkoff foi de uma delicadeza em sua escrita extraordinária. A Playlist de Hayden não é mais um livro sobre suicídio, mas sim sobre amizade, dor, perda e, acima de tudo, sobre perdão.

 Hayden e Sam são melhores amigos. Hayden comete suicídio. Sam encontra o amigo morto, um pen drive e um bilhete.

 Sam não entende porque o amigo fez isso, sente-se culpado porque a última vez que o viu discutiram, sente-se culpado por não ter percebido que algo estava errado, sente-se culpado porque nunca considerou que Hayden pensasse em suicídio de verdade, apesar de todo o bullying que sofria e sente-se culpado por estar com raiva por Hayden o ter deixado sozinho.

 A morte de Hayden acontece a pós uma festa onde ele e Sam haviam ido, mas algo saiu muito errado. Sam precisa de respostas e a única pista é a playlist que Hayden lhe deixou. Músicas que ele conhecia, músicas que ele nunca havia ouvido e músicas que não pareciam fazer o estilo de Hayden.

 Ainda no funeral de Hayden, Sam não aguenta ver várias pessoas levantarem para discursar sobre o amigo quando ninguém fazia nada para ajudá-lo, seus pais, seu irmão Ryan (membro da trifeta do bullying), os professores. Então após uma discussão com Ryan ele se retira e acaba conhecendo Astrid, uma garota diferente, não que ele conhecesse muitas garotas, mas ela definitivamente era diferente.

 Astrid revela que conhecia Hayden, o que era estranho, porque ele e Hayden não tinham outros amigos, isso o faz questionar se há outros segredos que Hayden escondia. O envolvimento com Astrid e seus amigos, Damian e Eric, era algo ambivalente para Sam, pois ele sentia-se culpado por estar fazendo amigos enquanto Hayden estava morto.

 A história ainda conta com uma boa dose de mistério, além do incidente na festa que levou ao suicídio de Hayden, os membros da trifeta do bullying são vítimas de agressão. Quem estaria fazendo isso? Teriam alguma relação com a morte de Hayden? Sam está vivendo um momento de grande estresse e não consegue afirmar se estaria ou não envolvido nesses atos.

 Uma reviravolta acontece quando a mãe de Hayden entrega a Sam algumas das coisas de Hayden, incluindo o seu macbook. Bem, não que Sam queira invadir a privacidade do amigo, mas a playlist não estava ajudando muito e ele precisava entender o que tinha levado Hayden a um ato tão extremo. Com ajuda de Astrid ele consegue acessar o computador de Hayden e descobre um histórico de conversas com uma garota, ao invés de respostas um milhão de perguntas surgem.
 A partir desse ponto da história algumas informações essenciais vão surgindo e Sam consegue amarrar algumas pontas soltas. Por fim, Sam entende que não importa o que aconteceu ou quem é o culpado pela morte de Hayden, talvez não haja um culpado, por isso não vale a pena odiar a trifuta do bullying, os pais de Hayden ou a si mesmo.

 Eu super indico “A Playlist de Hayden”, a Michelle Falkoff foi muito sensível em abordar o reconhecimento de que não há uma verdade, a verdade é um emaranhado de acontecimentos, cheio de perspectivas diversas. Os personagens são muito bem construídos e mesmo Ryan acaba nos emocionando. Confesso que fiquei meio decepcionada com Astrid, mas assim como Sam eu meio que entendo as atitudes dela.  Então, é isso. 


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